segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mea Culpa: Brinquedo Assassino


Começa hoje mais uma nova coluna aqui no Cine Entretenimento, o Mea Culpa, uma coluna que comentaremos nosso gosto peculiar por aqueles filmes que nem todo cinéfilo assume gostar por vergonha ou que gosta simplesmente por fazer parte da sua memória afetiva, este é o famoso guilty pleasure (prazer culpado ou prazer de culpa) e o filme escolhido para a primeira postagem é Brinquedo Assassino.

O filme de 1988 e dirigido por Tom Holland - que vinha do vampiresco kitschA Hora do Espanto - é o primeiro de uma franquia que deixou de ser levada a sério depois de sua terceira parte, ou a partir desta, segundo a opinião de muitos.



Mas vamos lá, o conceito do filme visto na ótica atual, é muito trash - um serial killer de nome Charles Lee Ray (Brad Dourif, figurinha carimbada em produções atuais do gênero) é perseguido por um policial (Chris Sarandon), quando seu comparsa lhe abandona ele tenta refugiar-se numa loja de brinquedos(!) lá ele é ferido e vendo que está próximo de morrer resolve utilizar um de seus trunfos: o vudu (ou magia negra, se preferir), e com isso transporta a sua alma para um boneco Good Guy, cuja fama é grande com as crianças.



É aí que chegamos a vida de Andy Barclay (Alex Vincent) um pequenino que no dia do seu aniversário espera ganhar o seu aguardado presente - o Good Guy boneco que responde sempre que perguntado - mas após mimar sua mãe (Catherine Hicks) vê que todo seu esforço não valeu a pena (ganhou roupas no lugar do seu amado brinquedo). O roteiro do filme (escrito por Don Mancini) brinca com essa situação, já que todos nós (ou a grande maioria) já ficamos aborrecidos ou tristes por ganhar roupas em vez de brinquedos no dia do nosso aniversário.



Para que viveu os anos 80 e 90, sabe muito bem o temor que as tais lendas urbanas como a do boneco do Fofão que continha uma faca dentro do seu macacão, nos davam - talvez em decorrência do filme ou não - isso tenha se atenuado. E ao vermos o boneco tomar vida própria, aquilo já era motivo para nos aterrorizar e sim era assustador, somando os efeitos criados por Peter Donen para a época e para o gênero era algo incrivelmente extraordinário e que só tornava o boneco movimentando-se mais crível.



O elenco é limitado sim, o Chris Sarandon consegue ser mais fraco que o jovem Alex Vincent  mas isso não tira parte dos méritos do filme que querendo ou não é um clássico do terror do final da década de 80.



Resumindo, o filme tem a sua essência trash, mas ainda assim é um filme que vale a pena revisitar, não apenas pela memória afetiva, mas por ser de uma época que o gênero terror era terror mesmo, por mais trash que fosse. Os mais conservadores serão contra minha opinião e dirão que a maioria ainda gosta do filme apenas por memória afetiva, mas lhes digo uma coisa, é impossível não tomar aqueles sustinhos bobos, por mais que saibamos o que acontece na cena seguinte e por mais que já saibamos o final do filme.

Podemos dizer com todas as letras e sem medo: MEA CULPA!



Confira o trailer oficial do filme.





Imagens: Divulgação/Reprodução.

Um comentário: