segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Crítica de Cinema: A Dama de Ferro

Ficha Técnica
Filme: A Dama de Ferro (The Iron Lady, 2011).
Direção: Phyllida Lloyd
Roteiro: Aby Morgan
Elenco: Meryl Streep, Jim Broadbent, Susan Brown, Alice da Cunha, Phoebe Waller-Bridge, Iain Glen, Alexandra Roach, Victoria Bewick, Emma Dewhurst, Olivia Colman,
Harry Lloyd
Duração: 108 minutos.
Classificação: 12 anos



Os filmes indicados ao Oscar 2012, acabaram não agradando todo mundo, porém, a Academia se interessa por filmes ingleses, como: O Discurso do Rei, vencedor do Oscar de melhor filme no ano passado, e A Rainha, vencedor do prêmio de melhor atriz em 2007. A aposta desse ano é o filme A Dama de Ferro nos apresenta a historia inspiradora, da Ex-Ministra inglesa Margaret Thatcher.

Meryl Streep merece elogios e prêmios pela sua incrível atuação. A atriz, que já foi indicada 17 vezes ao Oscar, não impressionará se ganhar o prêmio de Melhor Atriz.
Com sua performance, deu vida a Margaret Thatcher com muito glamour e sensibilidade. Mostrando que, interpretar personagens tão distintos, no decorrer da sua carreira, a transformou numa atriz excepcional.

Além da atuação de Meryl Streel, o longa chama a atenção pela sua Arte e Maquiagem. A Arte do filme foi toda produzida em tons de azul (cor de seu partido político). Desde o início da carreira, a Sra. Thatcher usa vestidos azuis, de vários tons. Indo do azul claro, que representa o início; até o azul marinho, representando o seu amadurecimento na política.
Após o término da Guerra e a queda do Muro de Berlin, seus adversários notaram que, a carreira política da Sra. Thatcher era uma ameaça. Fazendo que, a mais odiada e amada por todos, se demitisse. Esta fase, artisticamente, é representada pelo grande uso das cores vermelhas nos vestidos, nas flores etc.


O foco principal não é bem a política e a parte histórica, e sim, a doença e solidão da Ex-Ministra, que comandou o país por mais de uma década, e ficou conhecida como a Dama de Ferro, pelo Partido concorrente.
A famosa greve dos mineiros britânicos, um dos divisores de água do governo Thatcher, é apresentada totalmente fora de cronologia. No filme, ela é quase linchada pelas greves e seus cortes orçamentários, para então ser ovacionada pelo povo quando as tropas britânicas voltam vitoriosas da Guerra das Malvinas (que aconteceu dois anos antes) para, em seguida, aparecer ao lado de grandes líderes políticos em papel de destaque.


Destaque para a primeira cena: Margaret Thatcher no mercado comprando leite. Sutil, mostra a fragilidade em que a protagonista se encontra e a falta de modos da sociedade. Mas, essa cena é só o início. Flashbacks mostram a vida da Ex-Ministra, desde sua juventude - interpretada por Alexandra Roach - filha de um pequeno comerciante do interior, até o seu status de mulher mais poderosa dos anos 1980.


Uma senhora que sofre com o Alzheimer e tem alucinações com o marido morto há muitos anos. Esse é o ritmo que alterna as três épocas diferentes, sem conseguir empolgar de verdade e criar com o público a empatia necessária para que nos preocupemos com a personagem. A superação, o clímax aparecem lá no meio, deixando para o final a decadência política e o seu estado de saúde, sem o desfecho digno, para uma pessoa que destruiu todas as barreiras ao entrar em um mundo controlado por homens e se manteve firme ao tomar decisões polêmicas - o que a tornou uma figura política ora idolatrada, ora odiada.


Nota: 7,5

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