domingo, 18 de dezembro de 2011

Underpop: A Centopeia Humana 2

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Depois de me deliciar assistindo a primeira parte (você pode conferir a crítica aqui) dessa já icônica série de terror moderno, fui pesquisar sobre a tal continuação que seria, segundo o diretor Tom Six, ainda mais grotesca e violenta.

Após vários teasers e especulações, eis que foi lançado A Centopeia Humana 2 (The Human Centipede II – Full Sequence - 2011).

Martin

Uma coisa é certa. Tom Six pode não ser o melhor diretor do mundo, mas sabe escolher e desenvolver protagonistas soturnos como ninguém. Na primeira centopeia conhecemos o esquisitão mito da dramaturgia Dr. Heiter, com seu ar frio, inexpressível e cruel, realmente nos passava a imagem de um cirurgião-doutor-maluco que queria montar um centopeia feita de três pessoas ligadas pelos… pelos rostos um nos traseiros dos outros.

Nessa segunda centopeia não é diferente. Tom mais uma vez acertou em cheio escolhendo o gordinho freak da foto acima (Laurence R. Harvey) para o papel de Martin, o perturbado protagonista que desenvolve uma obsessão doentia pelo primeiro filme da série.

Se há uma palavra que defina a atuação de Martin, essa palavra é agonia. Ajudado pelos planos fechados e super closes, o protagonista nos passa com perfeição sua patologia psicológica, seja com seus olhos saltados para fora das orbitas, que a todo instante estão arregalados, seja com seu ar impaciente e suor constante no rosto. Fica ainda mais aflitivo pois ele não fala uma palavra se quer o filme inteiro, proferindo apenas gemidos e risadas doentias. Definitivamente, ponto para Tom Six, mas infelizmente, para por aí.

MARTIN

A película é toda rodada em preto e branco. Chegando a ter um aspecto visual por vezes parecido com um film noir. Esse fato não agrega nada de muito especial ao filme, servindo mais para deixar o sangue na cor preta, do que outra coisa.

Mesmo não chegando a ter 1h e 30 minutos de filmagens, por muitas vezes a obra se torna extensa e chata. Com sequencias lentas e muitas vezes diálogos desnecessários. A repetição de cenários e do lenga lenga entre Martin, sua mãe e o psicólogo Dr.Sebring (Bill Hutchens) tiram completamente o ritmo.

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A curta duração do longa também faz percebermos que estranhamente, para um filme em que o diretor tinha o total intuito de chocar e causar reações adversas, é notável o fato das cenas de maior violência explicita só aparecerem depois da casa dos quarenta e cinco minutos de película. Até chegar nesses momentos, o filme se resume basicamente em Martin capturando inocentes no estacionamento em que trabalha para a sua experiência, aprisionando-os num galpão “alugado” (Ele matou o proprietário) ou tomando broncas de sua mãe também perturbada mentalmente.

O que vemos após os quarenta e cinco minutos, é um verdadeiro festival de torturas e mortes que honram o “100% medicamente impreciso” do pôster, que deveria servir só para descrever o quão bizarro e impossível é o fato de você querer fazer uma centopeia com pessoas, mas também serve para descrever o quão toscas são as mortes ocorridas.

É uma mentira maior que a outra. Entre dentes sendo arrancados a marteladas e pessoas sendo grampeadas umas nas outras – o que de certo modo ainda é crível -, vemos mortes – ou quase – que me fizeram lembrar o também ruim Lenda Urbana de 1998, em que pessoas, tomavam facadas e outros tipos de lesões graves e ainda continuavam fugindo normalmente. Como é o caso da sequencia em que uma moça grávida – que acreditava-se estar morta – magicamente se levanta e sai correndo tentando fugir do gordinho freak. Ela entra no carro do dono do galpão - que Martin assassinou há alguns dias – e tenta dar a partida no carro, mas como todo bom clichê de cenas de perseguição, o veículo não pega na partida. Então, a moça começa a entrar em trabalho de parto, ali mesmo no banco do motorista, enquanto seu algoz perturbado a encara de fora do carro, tentando entrar sem sucesso. Não bastando toda essa galhofa, para completar a moça consegue por seu bebê para fora, que cai no assoalho do carro, e ela imediatamente dá a partida no carro e pisa no acelerador esmagando a criança(!).

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Analisando pela premissa de que o diretor queria fazer um dos “filmes mais controversos já filmados”, podemos afirmar que A Centopeia Humana 2 realmente choca, não o filme inteiro, mas algumas pequenas sequencias são bem aflitivas e sanguinolentas. E para completar, além de todo o gore "tradicional” o diretor também acrescenta cenas com teor escatológico, transmitindo uma sensação de nojo horrível. Mas há que se notar também, que se formos tomar como base outros filmes recentes do gênero, A Serbian Film causa muito mais impacto do que Centopeia, que acabou caindo no clichê de filmes baseados apenas em violência e perdendo sua aura involuntária de “terror meio comédia” que tinha na primeira parte, e que de certa forma, até cativava o espectador.

Confira o trailer:

Trailer legendado pelo GETRO

Nota: 2   E devido a essa nota pífia, até criei um selo especial

Dr. Heiter decepcionado

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