terça-feira, 27 de setembro de 2011

Underpop: Canibal Holocausto

Cannibal Holocaust

Meninos eu vi! Sim, finalmente parei para assistir esta pérola do cine-trash-contraditório mundial, Canibal Holocausto (Canibal Holocaust – 1980) do diretor italiano Ruggero Deodato.

Cannibal Holocaust


O filme conta a história do antropólogo e professor universitário Harold Monroe (Robert Kerman) que vai numa missão de resgate à Amazônia, para tentar encontrar quatro documentaristas desaparecidos.
Liderados pelo film-maker Alan Yates (Carl Gabriel Yorke) os quatro desbravadores desaparecidos queriam encontrar a até então incomunicável tribo dos índios Shamatari. Como não voltaram de sua jornada, uma rede de TV norte-americana resolveu financiar a ida do professor Harold Monroe até a Amazônia para saber o que aconteceu.
Após algumas intempéries, o professor Harold chega até a tribo "mais light" de índios canibais. Depois de algumas transações diplomáticas, o professor encontra o que sobrou dos documentaristas desaparecidos, e junto com eles as gravações feitas.
E é ao assistirem as gravações perdidas que o show começa.


Cannibal Holocaust


Na época do lançamento, o filme ganhou um buzz imenso devido as denúncias de que alguns atores realmente haviam morrido durante as gravações. Inclusive o diretor foi preso por essa acusação, e ficou detido, até que conseguiu provar que os atores estavam vivos.
Posso dizer que na sua proposta, é um filme muito bem sucedido. Ou seja chocar intensamente o expectador. São uma hora e meia de selvageria, maquiagens até convincentes, más atuações, direção horrível, roteiro duvidoso, outras maquiagens nem tão convincentes assim e mortes completamente desnecessárias de animais.


Cannibal Holocaust


Há de tudo o que a mente do mais perverso serial killer possa imaginar. Estupros, torturas, mortes por pauladas, mortes por facadas e até mesmo empalação. Realmente é possível acreditar em certos momentos que existem mortes reais nesse filme, mas não sei se isso é digno de se elogiar o diretor. Como também há outros momentos em que as maquiagens são risíveis de tão toscas e amadoras.
Ainda falando em mortes, certamente foram repugnáveis e totalmente desnecessários os sacrifícios animais contidos na película. São passagens que não acrescentam absolutamente nada a trama, estando lá somente para mostrar os personagens se alimentando. Cabe ressaltar que quem mata mais animais o filme inteiro são "o povo branco" e não os indígenas.

Cannibal Holocaust


Em meio a tantas atrocidades, canibalismo, sacrifícios animais e humanos, e um professore universitário tomando banho de rio pelado enquanto flerta com indiazinhas curiosas, acreditem, há espaço para uma mensagem filosófica.
As gravações dos "intrépidos" documentaristas revelaram o por quê do seu fim trágico.
Deixando de lado o fato do guia deles ter morrido no meio do caminho, e eles terem continuado caminhando(!) por uma floresta que nunca viram na vida, e ainda terem achado o local da tribo(!!), ficamos com a revelação da verdadeira natureza humana, no caso não a dos canibais, mas sim do povo da cidade. Ao chegarem na tribo, o primeiro contato com os índios foi bem intimidatório. Mostrando e disparando suas armas, eles impuseram medo aos pobres nativos, e – até agora eu não sei por quê – simplesmente colocaram fogo na tribo inteira. Fazendo os índios baterem em retirada amedrontados.
Após mais algumas barbaridades gratuitas – incluindo o estupro de uma índia – a equipe se embrenha na mata para continuar sua jornada. Mas no meio do caminho, encontram a tribo de canibais, obviamente muito irritados e prontos para se vingar. E se um grupo de pessoas com raiva já consegue ser ruim, um grupo de canibais raivosos é muito pior.


Cannibal Holocaust


Depois que a equipe de TV assiste as gravações com o professor Harold, decidem não exibir o documentário e guardar toda a selvageria registrada para sempre. E por fim, ficamos com a mensagem do professor, que se auto indaga: Afinal, quem são os verdadeiros selvagens nessa história?
E assim termina um dos filmes mais controversos já produzidos. Indo do risível ao plausível. Do ruim ao desnecessário e do contraditório ao filosófico, de uma maneira que eu tenho certeza que você nunca viu. Quem tiver estômago forte e quiser conferir, fique à vontade, mas eu realmente não recomendo para ninguém.
Depois não digam que eu não avisei!
Trailer da pérola (+16!):



Nota:  3 (pela filosofada no final)

P.S.: Espero MUITO que não queiram fazer um remake desse também.
Imagens: Divulgação.

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