terça-feira, 10 de agosto de 2010

Crítica de Cinema: A Origem

Ficha Técnica
Filme: A Origem (Inception, 2010)
Direção: Christopher Nolan.
Roteiro: Christopher Nolan.
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Michael Caine, Tom Berenger, Dileep Rao, Pete Postlethwaite, Lukas Haas, Tai-Li Lee, Taylor Geare, Johnathan Geare, Yuji Okumoto, Ryan Hayward, Miranda Nolan, Russ Fega, Talulah Riley.
Duração: 168 minutos.
Classificação: 14 anos.





Eu presenciei mais um filme que entrará para o hall de clássicos da sétima arte? Sim. Também presenciei o gênero ficção científica ser elevado a um patamar antes alcançado apenas pelo também ótimo Distrito 9? Sim.
É, em tempos que vemos em cartaz nos cinemas adaptações, remakes e tantas outras bizarrices encontradas nos ultimos tempos, enfim encontramos mais um raro exemplar de originalidade e perfeição, e isso tudo deve-se a mente de Christopher Nolan, um dos melhores e mais originais diretores dessa nova geração. No filme Leonardo DiCaprio é Dom Cobb um ladrão que tem por habilidade invadir os sonhos da pessoa e extrair seus segredos, mas ele é internacionalmente procurado por esse seu ato, mas para poder redimir-se e livrar-se disso tudo ele aceita uma proposta que poderá ser a sua redenção, Saito (interpretado impecavelmente por Ken Watanabe) propõe a Cobb que ele ao invés de roubar uma ideia, ele faça o inverso, implante uma.
É a partir daí que vemos e começamos a entender o real sentido da história, e Nolan sabe como, e tem a habilidade explicar detalhadamente a história sem transformá-la num conglomerado de ações e efeitos especiais, mas ele não é o único que merece os louros por essa realização brilhante, o editor Lee Smith constrói cada cena com uma impecabilidade, sensibilidade e perfeição que você partilha de cada momento como uma criança quando tem um brinquedo novo, a fotografia de Wally Pfister que oferece a cada personagem a sua personalidade. E o roteiro que em momento algum você encontra um furo, a riqueza de detalhes com que ele retrata o mundo dos sonhos criado a partir da perspectiva de determinado personagem - quando um deles ao ter seu sonho como base para a missão tem ele criado de maneira a seu estado fisiológico atual, por tal razão seu sonho acontece na chuva, essa é uma das muitas cenas do filme que contém esses detalhes que corriqueiramente encontramos em nossos sonhos.
O elenco é um dos mais afinados que eu já vi, Leonardo DiCaprio dispensa apresentações, em uma das suas melhores interpretações (sua melhor desde seu ultimo trabalho em a Ilha do Medo), passa a insegurança de seu Dom Cobb como o homem amargurado pelo passado, Ellen Page demonstra não ser uma principiante na pele de sua Ariadne a arquiteta encarregada de criar o mundo dos sonhos, Joseph Gordon-Levitt interpretando com extrema perfeição Arthur, um homem meticuloso e de grande importância para a trama, e o que falar do jovem milionário Robert Fischer interpretado corretamente por Cillian Murphy, sem contar as participações dos veteranos Michael Caine, Tom Berenger e Pete Postlethwaite, mas a grande atuação vai para Tom Hardy que é canastrão, eficiente e simplesmente perfeito como o falsificador sr. Eames, que copia os trejeitos de seus alvos e os interpreta no sonho. Ponto também para Marion Cotillard que surge como uma femme fatale de primeira na medida certa.
Sempre respeitando o espectador durante a película, Nolan realiza em seu climáx - que é um colírio aos olhos - a mais pura obra prima no que diz respeito a narrativa, a maneira que é entrecortada cada cena e tem o melhor na sua conclusão que não irei contar aqui (lógico!), apenas digo que ele deixa a entender no final dos créditos que a pessoa pode acreditar no que quiser, pois da maneira que ela acreditar como foi o fim a ideia dela estará dentro do que ele propôs com o filme.
Em suma, A Origem é com certeza um filme perfeito primeiro por não ter falhas e segundo por nunca desrespeitar a inteligencia do espectador, por esses fatos é obrigatório que todos assistam-no, para que no futuro possam dizer aos filhos e netos que assistiram a um potencial clássico, por que é o que esse filme é, e tudo graças a genialidade e acima de tudo originalidade, de seu realizador Christopher Nolan. O filme do ano sem sombra de dúvida.



Felipe de J. Souza






Nota: 10

4 comentários:

  1. Ô loko manolo, falou com tanta ganância que agora terei que ver!

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  2. "Também presenciei o gênero ficção científica ser elevado a um patamar antes alcançado apenas pelo também ótimo Distrito 9? Sim."
    Parei nisso.
    Vá assistir Kubrick!

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  3. Caro Julio eu quis dizer recentemente, pois sei que 2001 é um marco para o gênero até hoje, mas como eu estava falando da atualidade citei Distrito 9...Desculpe se o fiz compreender erroneamente. Abs.

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