sexta-feira, 29 de julho de 2011

Underpop: A Centopeia Humana

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Lançado em 2009, A Centopeia Humana (The Human Centipede - First Sequence) é um terror/suspense holandês que mesmo sendo recente acabou tornando-se icônico para o gênero. Também lançado direto no home video, tendo sua exibição limitada a apenas poucas salas de cinemas de Nova York. Ganhou reconhecimento após sua divulgação em alguns festivais e também ao afirmarem ser "o filme te terror mais horrível já feito", mas acabou sendo tudo desmentido por veículos e especialistas que o analisaram.

Começando pelo título – que apesar de soar cômico – A Centopeia Humana consegue ser original também no roteiro, apesar da simplicidade.
Dirigido por Tom Sixa história basicamente é: Dr. Heiter (Dieter Laser) um – segundo ele mesmo – renomado e conceituado cirurgião especialista em separação de gêmeos siameses, quer criar o primeiro ser composto por três seres humanos interligados pelo sistema digestivo. Sim, é bem bizarro. E não para aí. Essa criação é somente a “primeira sequência”, de uma suposta segunda criatura que o doutor maluco queria criar.

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Eu avisei que era bizarro...

Apesar de ter uma premissa interessante, a história em si e os acontecimentos que levam o doutor a conseguir suas cobaias são bem fracos.
A primeira vítima “caçada” pelo Dr. Heiter com uma arma com dardos tranquilizantes é um caminhoneiro, que ele pega desprevenido enquanto este fazia suas necessidades numa moita. As outras duas moças (Lindsay – Ashley C. Willians e Jenny – Ashlynn Yennie) que acabam em suas mãos doentias, aparecem na casa dele em uma noite chuvosa após o carro delas ter o pneu furado no meio da estrada, – e nenhuma das duas saber trocá-lo (!) – alem disso elas têm a brilhante ideia de sair andando sozinhas por uma floresta até achar ajuda.

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Dr. Heiter dando uma breve palestra às suas vítimas sobre como vai operá-las
                                                          
O caminhoneiro acaba sendo não compatível com a experiência e é substituído – leia-se morto – por Katsuro (Akihiro Kitamura) que será a “cabeça” da criatura.
Com o desenrolar da história, o médico alemão se mostra um psicopata obcecado pela sua experiência, apesar disso não chega a ser um sociopata, pois quando se comunica com suas futuras cobaias, mostra uma leve dissimulação, o suficiente para ganhar a confiança das moças e lhes oferecer um copo d’água com  sedativo - o popular Boa noite Cinderela.
Mesmo sendo o evento central do filme, a operação de interligação das três vítimas não demora muito a acontecer e boa parte do filme retrata o “relacionamento” entre o médico e a criatura, a qual ele trata como se fosse um animal de estimação. A falta de detalhamento no processo cirurgico e pós cirurgico, são em parte um ponto fraco.


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"Meus bebês!"

Um dos pontos fortes do filme é a sua curta duração (de uma hora e meia) – mas poderia muito bem ser menor. Porém as atuações fracas e o overacting de Dieter Laser as vezes ficam maçantes em cenas que poderiam ser mais rápidas.
Com uma história original porém fraca, uma edição duvidosa e uma fotografia interessante, A Centopeia Humana é um típico terror da nova geração, que busca impressionar mais pelas cenas grotescas do que pela trama em si, não exagerando tanto nos clichês. Mas há que se notar que muitas vezes os exageros acabam mais sendo cômicos (é difícil não rir, por mais bizarro que seja, de três pessoas uma com a cara na bunda da outra) do que aterrorizantes. Ao menos, há partes que realmente causam alguma reação no espectador, seja aflição ou mesmo nojo, sendo também um ponto positivo para este tipo de filme.

Confira o trailer legendado pelo GETRO:




Nota: 5


P.S.: O diretor Tom Six acompanhou a exibição de seu filme nos festivais de terror e não gostou muito das risadas inevitáveis que ouviu da platéia durante o filme. Por isso, prometeu que a sequencia de sua obra seria ainda mais bizarra e grotesca. Pelo visto ele falou a verdade, já que o filme foi proibido no Reino Unido, sendo considerado “inclassificável”.


Imagens: Divulgação.

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