quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crítica de Cinema: A Rede Social

Ficha Técnica
Filme: A Rede Social (The Social Network, 2010)
Direção: David Fincher.
Roteiro: Aaron Sorkin.
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Armie Hammer, Justin Timberlake, Rooney Mara, Bryan Barter, Max Minghella, Joseph Mazello, Dustin Fitzsimons, Patrick Mapel, Calvin Dean, Alecia Svensen, Jami Owen, Brenda Song, Robert Dastoli, James Dastoli, Jayk Gallagher, Scotty Crowe, Marcella Lentz-Pope, Aria Noelle Curzon, Barry Livingston, Marybeth Massett, Denise Grayson, John Getz.
Duração: 121 minutos.
Classificação: 14 anos.



Confesso que quando soube que o próximo filme com David Fincher (Se7en) na direção seria sobre a história da criação do site de relacionamento Facebook, fiquei receoso, pois ultimamente os estudios estão tentando adaptar tudo que é coisa para o cinema - como o filme sobre o jogo Banco Imobiliário(!), mas como sempre acabei me enganando, é um filme realmente bom e tudo graças ao bom roteiro - adaptado do livro de Ben Mezrich e bem escrito por Aaron Sorkin que caprichou nos diálogos sempre ágeis que casa perfeitamente com o ambiente retratado no filme, e acabou tornando o filme não apenas numa história sobre a criação de um site de relacionamento e sim num bom drama sobre as pessoas, as suas relações interpessoais e a falta destas.
Num mundo 2.0 que vivemos hoje, onde a internet é por muitas vezes a grande ferramenta de auto-ajuda e válvula de escape para atitudes impossíveis de serem expressadas na vida real, somos apresentados a vida de Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), para ser mais exato, somos apresentados ao momento que o fez criar um dos mais bem sucedidos sites de relacionamento: Ele e a sua então namorada Erica Albright (Rooney Mara, em atuação na medida certa) discutem a relação, numa cena vemos a precisão cirúrgica da edição de Angus Wall e Kirk Baxter que mostra de maneira rápida e curta o gênio de Zuckerberg, que não nota como o peso das suas palavras podem machucar as pessoas que o cercam, como notamos na discussão, veremos que isso será um fator vital para a transformação do ambiente que ele vive. Aliás a montagem do filme dita o ritmo da história, mas isso não teria tanto impacto se as atuações não fossem convincentes.
Andrew Garfield (o próximo Peter Parker) interpreta o co-fundador do Facebook, o brasileiro Eduardo Saverin, o unico amigo de Zuckerberg e quem financia as ideias do amigo, Garfield mostra q não é apenas um rostinho bonitinho e mostra firmeza interpretando o brasileiro - mesmo não sendo um. Armie Hammer que interpreta os gêmeos Winklevoss - que têm a ideia de criar uma rede social para comunicação entre os alunos da universidade e sentem-se lesados pela ideia de Zuckerberg ser semelhante a deles - impressiona bastante e mostra o quão verossimil é a atuação já que cada um dos gêmeos tem personalidades diferentes. A atuação de Jesse Eisenberg é um show a parte o seu Zuckerberg e as suas falas rápidas e diretas no faz não adorar mas entender o porque ele age da maneira que age e por fim o que mais surpreendeu Justin Timberlake, sim o ex-N'sync e cantor surpreendeu na encarnação do criador do Napster - Sean Parker e que serve como divisor de águas na relação entre Eduardo e Mark -  cínico e aproveitador do dom de Zuckerberg, ele acaba ajudando-o a espandir a ideia, que hoje já sabemos o que tornou-se.
David Fincher, mais uma vez emprega o seu perfeccionismo e vemos o quão perfeito ficou tecnicamente falando, e pode-se dizer que com A Rede Social estabeleceu-se como um dos melhores diretores dessa nova safra, que desde Se7en vem mostrando uma maneira diferenciada de direção e por isso transforma o filme em um dos melhores do ano e candidato fortíssimo ao Oscar 2011.



Felipe de J. Souza




Nota: 9

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